sexta-feira, 18 de julho de 2014

O APAGÃO DA MÃO DE OBRA QUALIFICADA

Hoje, quero trazer um tema que a muito percebo acontecer em muitas empresas. 
A INCONGRUÊNCIA.


Busquei no dicionário o significado da palavra em si.

1. Incongruências

Por (SP) em 24-09-2013
1. Falta de congruência, nexo
2. Comportamento impróprio, inadequado



Por (PB) em 16-10-2007
Aquilo que não condiz; que não se adapta; incompatível, incoerente; não concordante; inconvenitente.

fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/incongru%C3%AAncias/


Trago este tema à tona, pois TODOS nós já tivemos as nossas incongruências, ou seja, falamos uma coisa e fizemos outra, ou o famoso ditado "faça o que eu digo e não faça o que eu faço".

Assim como eu, com certeza, você já vivenciou esta situação ou conhece alguém próximo que passou ou passa por isso.

De onde vem tal pensamento? Bem, vou levar este caso para o lado profissional para demonstrar o que está acontecendo neste momento.

As empresas tem o famoso "prazo de experiência" que normalmente são de noventa(90) dias, ou três meses. Esta prazo ajuda a analisar o novo contratado em vários sentidos como postura, adequação aos colegas de trabalho, adequação ao sistema e normas da empresa, desenvoltura, etc.
Porém, a grande maioria - e digo quase que a totalidades - dos empresários de hoje, utilizam este mesmo prazo para analisar se um profissional é bom de vendas ou não.

Acredito que talvez em alguns detalhes ou mesmo alguns ramos, pode-se analisar em noventa(90) dias se a pessoa consegue ter ou não um bom desenvolvimento naquele setor, para o qual foi contratado. Mas a minha visão é que este prazo, atualmente imposto, é falho para analisar uma série de detalhes.

Não quero aqui estender quais são esses detalhes, pois não é este o meu objetivo, mas sim o de expor a minha visão e pensamento sobre este "prazo".
No meu pensar, este prazo é injusto com os profissionais que tem de se adequar aos procedimentos e modus operandi de uma empresa e ao mesmo tempo, focar em trazer resultados. 

É claro que todos querem trazer resultados, isso deveria ser óbvio, mas vendo o lado do empresário também, nem sempre isso acontece.
Para aquelas empresas que possuem um departamento de RH, onde analisam vários detalhes antes da contratação, sempre tentam ou conseguem identificar com técnicas, se este profissional tem habilidades e atitudes suficientes para atingir os objetivos que a empresa necessita.

Para que um resultado apareça de forma eficaz, precisa-se de mais tempo.
Digo isso com convicção, pois um dos fatores que deve ser levado em consideração, pelos empresários, é a sazonalidade. Parece banal o que estou dizendo, mas para a minha surpresa, ainda existem muitos diretores, donos de grandes empresas que pensam no modelo antigo de gestão.
Um amigo meu, que trabalha como coach, me disse uma frase que achei forte, mas diz a verdade. Esses donos de grandes empresas, ainda pensam como "dono de vendinha".
Pensam no agora, imediatismo puro, não tendo um planejamento de curto, médio e longo prazos.
Visão, missão e valores então, prefiro nem comentar. Então o pensamento que vejo na maioria desses empresários é: "Se não me trouxer um volume considerável de vendas em noventa dias, você está fora". Trabalhar com esta pressão já é um problema para o novo colaborador.

Quer uma outra forma/pensamento das antigas, e que ainda assola à grande maioria das empresas?
Todos querem contratar um profissional que tenha a experiência necessária ou que seja qualificado para tal ação.
Hoje, alguns mercados estão vivendo o que chamamos de "apagão da mão de obra qualificada". Muitos estão contratando pessoas com baixa ou nenhuma experiência, e "treinando" como podem.
Mas esse "treinamento" é sobre o produto, sistema e normas, de forma rápida e informal, o que não proporciona qualificação necessária.

Um exemplo claro disso: estou atualmente treinando e qualificando profissionais de um grande restaurante. Este treinamento envolve ensinar os líderes - donos e gerentes - sobre modelos de gestão, de liderança e afins. Já para a equipe, um treinamento que envolve o despertar do comprometimento, motivação e a importância do trabalho em equipe.

Agora veja só: quantos restaurantes existem nesta cidade? Penso que uma centena deles. E descobri que somente dois (2) deles investem no treinamento dos seus colaboradores. Isso quer dizer que eu estou tendo a oportunidade de treinar um deles agora e que há muito trabalho a fazer.

Por outro lado, é obrigação de cada profissional buscar se qualificar sempre. Ler então, deveria ser diário. Mas isso é um assunto cultural.

Fica aqui a minha dica. Busquem qualificar-se cada vez mais, de todas as formas possíveis. Leiam muito e sempre.
E aos empresários fica a minha orientação. Se realmente querem profissionais qualificados, busquem treiná-los.

Se quiserem mais dicas ou ajuda, estou ao dispor de todos.

Saulo Boccanera.